Monteiro do Isarn (Nordeste da Tailândia) uma história, desconhecida, de amor e vida. Contada a partir de 15 do corrente.
Parte 1ª
Prefiro nas 3 partes, que irei escrever, relacionadas com o português António Sérgio Monteiro dar-lhe o título, genérico,
de “Monteiro do Isarn” http://en.wikipedia.org/wiki/Isan
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Uma simpática casinha serviu-me, durante dois
dias, junto a um grande lago, pelo preço de 350 bates dia. (cerca de 8
euros)
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Monteiros, Silvas, Pereiras e tantos e mais apelidos de
portugueses há-os por todo o globo terrestre e aconteceu, a fixação, desde que
as naus portuguesas sulcaram os mares dos cinco continentes.
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O grande lago, junto à casita onde fiquei instalado,
que cheguei a confundi-lo com o rio Mekong. Uma reserva de água que na falta de chuva irá alagar os
arrozais da região.
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História similar à do “Monteiro do Isarn” há muitas por
contar, mas esta é de facto especialíssima!
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Caldeia-se um projecto de vida, o amor e o empreendorismo em que o “Monteiro do Isarn” com suas economias, amealhadas, construiu seu pequeno império numa província nordestina da Tailândia
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Caldeia-se um projecto de vida, o amor e o empreendorismo em que o “Monteiro do Isarn” com suas economias, amealhadas, construiu seu pequeno império numa província nordestina da Tailândia
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Arrumada a mala na
minha habitação António obsequiou-me com um passeio pelas redondezas, depois de
lhe perguntar, olhando para o lago: é o rio Mekong? Não o Mekong fica por de
trás da Montanha Phu Mu, que foi onde os americanos instalaram as comunicações
de quando a Guerra do Vietname... Pode ser visitado? Pode diz-me António e
seguimos para lá.
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O “Monteiro do Isarn” já o elegi (para mim) o homem do
ano,vive há 10 anos, não muito distante da margen direita do grande rio Mekong onde é empresário e produtor de ouro branco.
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Torre de comunicações dos americanos, na montanha
Phu Mu, pela qual recebiam e enviavam para os comandos no Vietname e Estados
Unidos, ainda se encontra tal qual como há mais de quatro décadas, mas
completamente desactivada.
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Ouro metal dourado, preto o
petróleo retirado das entranhas da terra e o branco, baptizo-o eu, a borracha
extraída da árvore com o mesmo nome. António Sérgio Monteiro é transmontano e seu olhar não esconde a humildade
característica do homem, provinciano, português.
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As casernas, de madeira, do pessoal militar
americano, estacionado, ainda não foram desmanteladas. Recordo que na
zona se movimentavam os insurgentes, comunistas, tailandeses, durante a
Guerra do Vietname.
Regressados,
os dois, da Montanha Phu Mu, dirigimo-nos para sua casa, situada entre o
verde dos campos de arroz e árvores de borracha. Já antes o "Monteiro
do Isarn" me tinha informado que haveria uma churrascada.
E para que não provoque impaciência aos meus leitores vou, então, contar a história do “Monteiro do Isarn” a viver o seu empreendorismo, juntamente, com a sua mulher tailandesa Thatsanee Monteiro.
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A casa térrea muito bem concebida para o meio rural onde se situa.
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Inserido em três missões como soldado de paz: Bósnia, Kosovo
e Timor-Leste. Aos 25 anos anos, em Timor-Leste, o adeus às armas e com o dinheiro
amealhado lançou-se num projecto que de princípio não sabia bem qual.
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A seta do Cupido, ainda em
missão de serviço militar em Timor-Leste, atingiu o coração do “Monteiro do
Isarn” e depois da Missão em Timor, com 25 anos, casa-se com a jovem, tailandesa
de 26 anos Thatsanee, empregada de um restaurante; com mais um ano de
idade e para a sua terras, nordeste da Tailândia é que é o caminho e fazer a
vida, os dois, entre as montanhas e vales verdejantes das terras do fim do
mundo a confinarem, para além do Rio Mekong, a Republica Popular do Laos.
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Carne de porco, pedaços de ananaz,
cebola tomate às rodelas e outros inteiros, anões e hospitalidade, genuina,
mista, transmontana e do Isarn
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Há cerca de um ano tive conhecimento e por informação obtida, por um amigo, que um português de Trás-os-Montes, casado com uma senhora tailandesa possuia uma plantação de árvores de borracha no nordeste do Reino da Talândia e dedicava-se à extracção do líquido de uma árvores que para além da fabricação de pneus de automóveis tem outras milhentas aplicações na indústria moderna.
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Há cerca de um ano tive conhecimento e por informação obtida, por um amigo, que um português de Trás-os-Montes, casado com uma senhora tailandesa possuia uma plantação de árvores de borracha no nordeste do Reino da Talândia e dedicava-se à extracção do líquido de uma árvores que para além da fabricação de pneus de automóveis tem outras milhentas aplicações na indústria moderna.
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Seguindo desde Junho, último, no precalço dos portugueses e
suas acções, na Tailândia, que mão amiga patrocina, desejei ir conhecer o
António Sérgio Monteiro, aliás “Monteiro do Isarn” distante da capital
tailandesa, cerca de 750 quilómetros a rodar desde as terras baixas da
Tailândia até às florestas, virgens, do nordeste e o antigo Império dos Khmer.
Gente feliz e despreocupada.... Amigo de António Sérgio
Monteiro o Ian de nacionalidade Australiana, criador de porcos, casado com uma
senhora tailandesa, da região do Isarn, juntou-se a nós com sua mulher, mais duas,
adoráveis irrequietas a transbordar alegria, crianças
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Graça ao meio de comunicação, moderno Facebook entrei em
contacto com o António Sérgio Monteiro no seguinte termo: “Meu Caro ainda se
encontra pelo nordeste da Tailândia?
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Resposta: António Sérgio Monteiro sim, vivo em Mukdahan,
perto do rio Mekong. 10
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Depois da ceia por ali ficamos na conversa. Depois
de nós havia o silêncio do local perturbado pelo som dos grilos e de outros
insectos nocturnos.
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Respondi-lhe: Que maravilha de sítio perto do rio Mekong!!! Quando posso por lá passar, fazer-lhe uma visita, obter umas fotografias e inseri-las com uma entrevista sua no http://lusosucessos.blogspot.com .
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Respondi-lhe: Que maravilha de sítio perto do rio Mekong!!! Quando posso por lá passar, fazer-lhe uma visita, obter umas fotografias e inseri-las com uma entrevista sua no http://lusosucessos.blogspot.com .
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Resposta: António Sérgio Monteiro sim, quando o senhor
quiser, eu cá estou.
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Resposta: Obrigado, diga-me se faz o favor qual o melhor
caminho que devo tomar desde Saraburi. Até breve.
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Não tardou a resposta: “ a minha casa fica a uns 20 km de
Mukdahan na estrada de Ubon – Mukdahan. O itinerário desde Banguecoque é: Nakon
Ratchasima – Yasoton – Mukdahan. O meu distrito é Nikhom Soi. Se usar o
aeroporto, tem Ubon Ratchatani a 120 km daqui. As coordenadas exactas no papel,
mas que na prática, se encontra algumas dificuldades de chegar-se ao local
almejado.
Junto às 9 horas da noite deixei o local. No dia
seguinte, domingo, haveria mais para ver e contar relacionado como o
nosso luso, transmontado o "Monteiro do Isarn".
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A primeira etapa foi feita
em duas duas partes e o regresso a casa em dez horas seguidas a conduzir o
velho “parrano” Honda Civíc de 16 anos na minha mão e dois no primeiro dono.
Continua.
PORTUGUESES NA TAILÂNDIA - "MONTEIRO DO ISARN"
2ª parte
António
Sérgio Monteiro, o tipo de português que conta, apenas, com a sua
inolvidável força de vontade e de sua mulher, tailandesa, que em todos
os momentos está junto a ele. Principiou da estaca zero e procura,
assim, construir seu futuro.
O caminho que o casal Thatsanee e António passa todos os dias para casa e suas terras.
Não
vamos encontrar o António Português, de Trás-os-Montes nos confins do
nordeste da Tailândia com centenas de hectares de terreno ocupados com
plantações de árvores de borracha e emprega dezenas de trabalhadores
para extrair a borracha dessas ávores.
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Não desejamos ser voz cumplíce e que surjam (devido à crise económica que grassa) outros portugueses na Tailândia em procura de oportunidade, similar à do António Monteiro um português na Tailândia.
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Não desejamos ser voz cumplíce e que surjam (devido à crise económica que grassa) outros portugueses na Tailândia em procura de oportunidade, similar à do António Monteiro um português na Tailândia.
Campo de arroz, um espaço verde, que no no imenso Isarn se topa.
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Actualmente
o casal luso tailandês possui uns 34 rais de terreno (1 rai 1.600m2)
onde numa parte é ocupada com 1.400 árvores de borracha, com a idade de
10 anos.
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Porém o António Sérgio Monteiro não possui, em seu nome, um palmo sequer do solo onde trabalha, mais sua mulher Thatsanee, com o suor de seu rosto a golpear árvores e a recolher a borracha.
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Porém o António Sérgio Monteiro não possui, em seu nome, um palmo sequer do solo onde trabalha, mais sua mulher Thatsanee, com o suor de seu rosto a golpear árvores e a recolher a borracha.
O golpe longitudinal, oblíquo, que é feito, com precisão no tronco da árvore, por onde, escorre o liquido, branco, leitoso.
As
leis tailandesas não permitem a estrangeiros possuirem terras, embora
haja excepções para aquisição de apartamentos e não casas. Igualmente
não concede residência, permanente, a estrangeiros (mesmo casados com
mulheres taialndesas), mas um Visto de um ano e de três em três meses
apresentação do passaporte no Serviço de Emigração.
A
ferramenta de corte que António Monteiro e sua mulher empunham das 11
horas noite até às 4:30 da madrugada a golpear árvores de borracha. A
sangria da árvore não pode ser feita durante o dia, devido ao calor que
vai provocar o estagnamento do correr do liquido. Assim, durante cinco
horas, pela noite e de lanterna na testa lá segue o casal Monteiro na
sua tarefa de sangria.
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Como
já o escrevemos anteriormente António conheceu sua mulher em
Timor-leste, enamoraram-se, casaram e juntos planearam um projecto de
vida na terra da esposa.
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Delinearam um projecto de vida e António entregou-se a Thatsanee para que comprasse terrenos na sua província e neles fosse plantada mandioca, arroz e árvores de produzir borracha.
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A plantação de árvores de borracha, embora não seja um investimento a longo prazo necessita, pelo menos de 7 anos para principiar a colher o rendimento.
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Três anos com cuidados especiais e mais quatro para a primeira sangria e por aí, adiante, até a 35 anos de esperança de vida da árvores.
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Delinearam um projecto de vida e António entregou-se a Thatsanee para que comprasse terrenos na sua província e neles fosse plantada mandioca, arroz e árvores de produzir borracha.
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A plantação de árvores de borracha, embora não seja um investimento a longo prazo necessita, pelo menos de 7 anos para principiar a colher o rendimento.
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Três anos com cuidados especiais e mais quatro para a primeira sangria e por aí, adiante, até a 35 anos de esperança de vida da árvores.
A
cabana, na imagem dentro da plantação, serve para descansar, protegido
da "mosquitada" por uma rede mosquiteira, o casal Monteiro das 4:30 da
às 6:30 da manhã. A espera é para que a árvore escorra a seiva.
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O
casal antes que lhe chegasse a fonte de rendimento da plantação de
borracha, fez arroz e mandioca noutras terras como forma de
sobrevivência. Hoje vivem desafogadamente e vão construindo o futuro. Um exemplo de vida
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A
seiva, branca e leitosa, extraída da árvore de borracha, fica líquida e
antes que o sol chegue, o casal de garrafas em punho, cuja rolha tem um
pequeno orificio que vertem, umas gotas na tijela, de plástico, de cor
preta, o ácido reagente que vai solidificar o liquido e transformá-lo em
borracha virgem.
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E
terminou, assim, a tarefa de sangria de 1400 ávores e agora o casal vai
para casa, dormir e refazer-se da canseira da noite. Noite seguinte e
mais duas voltam à plantação para a mesma operação e depois de quatro
completadas há, então, que recolher a borracha.
Uma tijela com quatro sangrias de borracha e pronta a ser recolhida.
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O
dia que cheguei à aldeia do casal Monteiro informou-me que no dia
seguinte iria colher borracha. Ficou combinado que às 8 da manhã me iria
buscar â habitação para assistir à operação, vender o produto e fazer
umas imagens.
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Era um domingo e antes de seguirmos para a plantação o casal passou por casa de familiares para levar mais duas pessoas para ajudar na colheita. Compreendi que ali vive o serviço comunitário de ajuda entre famílias.
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Era um domingo e antes de seguirmos para a plantação o casal passou por casa de familiares para levar mais duas pessoas para ajudar na colheita. Compreendi que ali vive o serviço comunitário de ajuda entre famílias.
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O seringal onde estão plantadas 1.400 árvores.
Thatsanee Monteiro segue em frente da carrinha a fim de retirar os paus que encontra pelo caminho
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E dá-se ao início da colheita da borracha.
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A Thatsanee e seu sorriso franco....
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Uma "sobrinhita" do casal Monteiro também ajuda na colheita....
.E dá-se ao início da colheita da borracha.
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A Thatsanee e seu sorriso franco....
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Uma "sobrinhita" do casal Monteiro também ajuda na colheita....
A caixa da Toyota vai sendo enchida de meias conchas de borracha virgem...
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A
caprichosa... no seringal do casal Monteiro há umas 10 árvores que não
sangram... Servirão, um dia, para madeira e construir mobília....
A
Toyota cheia. Demorou a colheita de borracha 3 horas e serviço de
quatro pessoas efectuado. Há pois que partir e fazer a sua venda...
O
António não esperou pelo comprador à entrada do seu seringal... Talvez,
creio, por minha causa e levou, o seu produto, a outro lado para se
despachar do produto...
Vão-se pesando, cestos, de 52 quilos que retirando a tara de 2 quilos ficam 50.
A borracha, branca alva de neve traz com ela, impregnada, alguma água....
A senhora comerciante que compra borracha virgem, na região, vão tomando nota dos cestos que vão sendo pesados....
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Chega um atrelado de um aldeão, puxado por uma motoreta, com mais borracha...
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Terminou a pesagem e a senhora, compradora, faz as contas e....
E
o António sorri-se ao receber o cheque... A colheita foi a melhor desde
sempre... 720 quilos de ouro branco... Agora há que esperar mais quatro
dias e outra colheita e mais um cheque nas mãos do "Monteiro do Isarn"
E depois e eu também o casal almoça junto à margem do grande Rio o Mekong. Para lá está a República Popular do Laos.
Continua
PORTUGUESES NA TAILÂNDIA - "MONTEIRO DO ISARN"
3ª e última parte
A seta indica a localização, exacta, onde António Sergio Monteiro, mais sua mulher Thatsanee levam a vida. A
zona, conforme o indica o mapa Google, possui escassos núcleos
habitacionais. Não tardará e não muito distante que a área tenha um
desenvolvimento extradordinário. A pouco mais de 20 quilómetros foi
construída a "Ponte de Amizade" que liga, por terra, o Reino da
Tailândia com a República Popular do Laos. Vientiane a capital do Laos
situa-se a escassos quilómetros da Tailândia. Sérgio Monteiro, governa a
vida, desafogadamente, na aldeia Nikhom Kham Soi há 10 anos. Trocou as
missões, militares, de paz pela agricultura, com suas economias e
acompanhado com sua dedicada mulher: "para a frente é o caminho da nossa
vida entre a floresta e os lameiros de arroz, plantação de mandioca e
de cana de açucar. As mãos do nosso, bem português, ´Monteiro do Isarn´
estão de calos duros!" O homem luso e as qualidades de trabalhado se
identificam pelos calos na palma da mão e junto aos dedos.
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Antes
de chegar-se a sua casa está uma "Sala" com uma foto de Sua Majestade o
Rei da Tailândia e o símbolo de unidade. Sala foi uma palavra
portuguesa adiccionada ao vocabulário tailandês. Salas existem de norte
ao sul de todo o reino.
A
casa do casal Monteiro. Espaçosa e bem concebida. Diz-me o António:
"foi minha mulher que a mandou construir a seu gosto... Enviei-lhe e o
dinheiro e ela tratou do resto".
A cozinha espaçosa
Uma
pequena biblioteca para a leitura. António Monteiro informou-me que o
que sabe em relação à política portuguesa é pela Internet...
Na parede, apostas, recordações do passado....
Uma imagem de quando o António em missão de paz fora de Portugal
A ternura do casal Monteiro
António Monteiro sentado no seu espaço onde, pela internet, está ligado ao mundo moderno.
Casa
espaçosa onde os ladrilhos, do chão, espelham. Despida de
mobílias...Razão: "habitações nos meios rurais estão sujeitas aos
vizinhos a ´bicharada´ ambiental que se infiltra nos sofás carpetes..."
Foi mobilada a preceito e depois oferecer parte do material decorativo a
amigos e familiares...
O soldado de Paz António Sérgio Monteiro é coisa de outro tempo. Agora ganhar a vida com o suor de seu rosto nas terras do Isarn
O
nosso homem, luso, no nordeste da Tailândia (fardado e o último do lado
direito) produz serviço comunitário dentro da zona onde habita.
"Monteiro do Isarn" não prende ninguém, mas serviço comunitário
relevante!!!... Nas horas vagas ensina o inglês, nas escolas primárias,
serve nos tribunais de interprete a estrangeiros se porventura tiveram
problemas na sua viagem à República do Laos.
António Monteiro, fala correctamente a língua tailandesa, lê a
ortografia e escreve-a. Raramente fala português, porque por ali e a
muitos quilómetros distantes não há um sequer!
E termino o meu trabalho nas terras do Isarn com um sorriso, franco, de uma jovem tailandesa.